terça-feira, 28 de abril de 2009

TRIBUTO À ÍSIS


Em minha vida sempre tive cachorros. Ringo, Paquito, Lili são os que me lembro, mas gato conheci apenas uma. Seu nome era Ísis. Minha mãe quando viva, a trouxe da praia, portanto caiçara. Sempre “posuda” quando parava de raça siamesa não resisti batizá-la com nome Egípcio. Pois gatos não obedecem, mandam. Com o tempo, fui me afeiçoando a ela mas a Eliana, minha companheira é quem se dava melhor com a Isis. Ganhou até sobrenome e apelido. Ísis Sipilili Machado. Era uma graça, aquelas duas. Deixo aqui registradas três aventuras que marcaram sua vida, após a partida de minha mãe. Certa vez foi mordida por uma aranha marrom e quase perdeu o rabo. Crianças já morreram por tal picada. Felizmente graças aos auspícios da veterinária Mônica, ela sobreviveu. Anos mais tarde, percebemos que ela tinha dificuldades para pular e na veterinária descobrimos que Ísis, outrora poderosa reinando sobre o Nilo, agora estava cega para sempre. Era hereditário. Ficamos tristes mas nos conformamos. Com o tempo, ela se adaptou bem e sobreviveu ainda alguns bons anos. Enquanto eu morava no Rio de Janeiro, por conta de meu doutorado, soube por telefone que ela havia sumido. Pela vizinhança, Eliana sofria todo dia após o trabalho procurando a fugidia gatinha. Três dias depois, veio ela de bicicleta, no colo de um segurança da rua “- Olha, aqui está sua moça” Agora em 2009 já com 14 anos, Eliana sempre me lembrava, já vinha vivendo bem e há algum tempo, comia bem, dormia bem e ganhava atenção quando pedia, até de madrugada =] Sempre dizia e Eliana concordava, gatos não tem donos, tem súditos! Acompanhou meus escritos e as leituras de Eliana em cima da mesa de nossa sala. Pedia seu leite de maneira única. Rodando pela cozinha quando ouvia um tilintar de colher no copo. Ah, suas manias!
Há alguns dias percebemos que ela vinha definhando lentamente, levamos à veterinária Mônica, sua já conhecida, que lembrou com carinho da pequena grande Ísis e de suas aventuras. Percebeu que seus rins já estavam bem complicados, mas tentaria um tratamento. Alguns dias se passaram e por lá ficou nossa amiginha, que descanse em paz deusa Ísis. Fica aqui nossa lembrança, fica aqui nosso tributo.
Essa gatinha me ensinou, mesmo sendo doutor, que sempre temos coisas a aprender, pois gatos são animais tão interessantes, meigos, carinhosos e inteligentes como cães ou macacos e por que não dizer até, algumas vezes, como gente. Como disse meu amigo Roberson que é gatófilo de carteirinha ao tomar conhecimento de sua partida: “Que a deusa Bastet a receba de patas abertas no paraíso felino! Lá ela estará em boa companhia junto a Berinjela, Chana, Chanel, Chaninho, Duquesa Lili, Liriel, Mickey, Mima, Misty, Ronrom, Tigrinho, Veludo e tantas outras almas felinas.”

Um comentário:

Unknown disse...

Sei bem o que é perder um bichinho que a gente tanto estima. No final do ano passado perdemos nossa cachorrinha Gaby. Um pedacinho de mim que se foi. Até hoje ainda acho que ouço seus latidos me recepcionando quando chego em casa... ah, essa saudade!